quinta-feira

Onze

Demorou a entender que a dor não era de viuvez, mas de orfandade. Era dor de desamparo, como se a fragilidade das regras que governavam o mundo se rompessem sem mais e a lançassem em meio à arenosa tempestade. Ao desaparecer, ele levara uma parte da ordem do mundo. A parte boa, das coincidências e das sincronias, jogos de encaixes perfeitos. A parte doce, de ilusão de proteção. Ao desaparecer, ele estourara a bolha de sabão na qual ela se abrigava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário